quarta-feira, janeiro 02, 2008

Estatísticas Rodoviárias

Findo o ano as entidades governamentais e comunicação social anunciam com regozijo com a diminuição de feridos graves e estagnação de mortes nas estradas. Situação esta como resultado das políticas bravamente introduzidas.

Como aqui já se disse, este governo é a reencarnação da estupidez e a comunicação social, cordeiros que caem em tudo (por imbecilidade ou por conveniência). No que concerne aos dados, tem de se reter, dois factores importantes.

Primeiro, há que ter em conta a diminuição, bastante visível, do número de veículos nas estradas. Tal deve-se ao aumento dos combustíveis. A culpa aqui não é só do preço do crude, porque temos dos impostos mais elevados de toda a UE, só a título de exemplo na vizinha Espanha, que quanto se sabe não tem petróleo, o preço da gasolina, por litro, chega a ser 30 cêntimos mais barata.

Depois, temos a questão das próprias estatísticas. Todos os números podem ser manipulados e, neste caso, bem o são. Como o número de mortos era demasiado (nos último anos morreram mais pessoas nas estradas nacionais que em igual período da guerra colonial), resolveram-se mudar os conceitos estipulados: os mortos na estrada só mesmo os que morrem no local do acidente, as vítimas que, em consequência directa do acidente, falecem mais tarde (como na ida para o hospital ou alguns dias após) já não contam para as estatísticas. Daí nas notícias ouvir-se o conceito de “ferido grave”, não morreu ali já não conta para as estatísticas.
Problema resolvido e uma forma simples de promover os êxitos governamentais.