sábado, janeiro 12, 2008

Velocidade

Ainda a propósito da sinistralidade e acidentes. Esta questão faz-me comichão nos tomates devido às mentes captas dos jornalistas que transmitem tudo o que as entidades governamentais elaboram.
Todos dizem que temos tantos acidentes por causa do excesso de velocidade e quando há algum acidente a culpa é sempre do condutor e da dita velocidade.
De imediato, negam-se as condições deficientes da estrada, a parca visibilidade/sinalização, erro mecânico, parque automóvel envelhecido para, ser logo, a questão dos km/s a mais. Aqui fica o registo da realidade: isto é um exagero!! A maior parte dos acidentes letais ocorrem devido a, essencialmente, 4 factores:

1 – ultrapassagens mal calculadas;
2 – pavimento irregular/com pouca aderência;
3 – estradas mal feitas (então não é que os construtores nunca ouviram falar do efeito da força de centrifugação nas curvas);
4 – educação.

Como se verifica, a velocidade não é um dos factores, quanto mais um dos principais. A educação é sim, um grande problema e depois ocorrem os acidentes. Os portugueses não são educados, são uns autênticos grunhos, não têm paciência e vão contra os outros em colisões frontais em ultrapassagens mal calculadas, colam-se demasiado às traseiras e se o da frente trava de repente enfaixa-se, se está a chover, o tuga, continua como se nada fosse ou se tirou a carta há dois meses anda como um Shumacher.

Uma pessoa pode andar, em muitos sítios, a 200 km/h, se tiver carro para isso, que não há problema. Aliás, é bem mais seguro andar a 200 km/h uma auto-estrada com um Porsche Cayenne S que a 100 km/h com um Ford Fiesta. É muito mais seguro andar a 180 km/h com um Audi Q 7 que a metade da velocidade num Opel Corsa. E sei do que falo!!! Não se podem comparar os carros supracitados e respectivo nível de segurança nas velocidades descritas. O que falta ao português é educação para saber onde e com que carro é que pode andar a determinadas velocidades. A culpa não é de andar a 160 km/h mas sim onde, quando e como se anda.
Não se espera que um grande carro (como os mencionados) ande a 120 km/h numa auto-estrada, existem carros que garantem a segurança muito acima desse valor, quem o conduz é que deve saber quando é que tem condições para tal (numa auto-estrada por exemplo).

E para defender o que escrevo só necessito de um argumento: Alemanha.
As auto-estradas alemãs – as famosas autobahns – são das poucas do mundo sem limites de velocidade, contudo, são das mais seguras e com menos acidentes. E porquê? Porque há uma cultura de respeito e educação nos condutores alemães. Existem, recomendações – quando há mais tráfego ou em intersecções – de velocidade e as pessoas respeitam. As estradas e parques automóveis (ambos dos melhores do mundo) também ajudam, mas passa tudo pelo respeito, educação e conhecer os limites.

Por isso, deixem-se de tretas com a culpa é da velocidade e blá blá. Olhem para o exemplo alemão e calem-se!!!