quinta-feira, junho 01, 2006

O escritor antipático, o Beto simpático

Imaginem uma situação hipotética ( lembrem-se tudo isto são hipóteses). Numa feira do livro vemos um escritor de quem gostamos e cujo nome começa por S(vamos mantê-lo anónimo), e acaba em aramago, e outro que não apreciamos muito as suas ideias pois parece-se mais com um Beto em ponto grande, cujo nome começa por M. E. C. ( mais uma vez ocultamos o resto do nome), e acaba em iguel steves ardoso. Como até gostamos do primeiro escritor decidimos ir pedir um autógrafo no livro recém comprado desse mesmo autor. Após esperarmos na fila, chegamos junto ao mesmo pousamos o nosso livro e esperamos...ele olha para nós...olha para o livro e...nada...decide colocar a mão no bolso. Pensamos "epá, será que a caneta não tem tinta e vai buscar outra?"Não...saca do telemóvel e põe-se a olhar para o visor...mexe em dois ou três botões...olha novamente para o visor...suspira...pousa o telemóvel na mesa..."é agora...", mas nada...olha novamente para o livro..." será melhor chamar o 112? parece que está prestes a ter um colapso cerebral"...aí o tempo pára, dá-se de seguida um daqueles momentos zen em que ele olha para nós e nós ficamos a olhar para ele, "que raio está ele a olhar? será que temos tão mau aspecto que ele pegou no movel para chamar a segurança? se não se despacha a assinar o livro ainda acaba a feira e nós aqui...".É aí que ele mexe os lábios "nome?", "J", escreve durante 5 segundos, suspira uma vez mais do género " que P... de chatice estar aqui..." e entrega o livro sem sequer levantar a cabeça...olha que m...., um gajo compra os livros dele, até o acha um escritor interessante e depois o gajo é esta simpatia toda? só apetece mandar o gajo abaixo da cadeira, e atirar-lhe com a enciclopédia Luso-Brasileira...mas não, limitamos-nos a virar costas e a chamar-lhe nomes entredentes. No que diz respeito ao segundo autor, nem gostamos muito dele, vamos a passar pela banca da editora que edita os seus livros e reparamos que aquele livro dele até deve ser bastante bom, boas críticas (se bem que por vezes não querem dizer nada). Decidimos comprar e o autor até está a assinar os seus livros. Vamos até lá, "espero que seja simpático, senão é desta que bato em alguém e vou preso." chegamos, pousamos o livro, diz-nos boa tarde, pergunta em que nome fica a dedicatória, escreve durante um bocado, até coloca a data, devolve-nos o livro, dá um sorriso e ainda nos diz muito obrigado..."isto sim foi simpático, dado que gastámos dinheiro no seu livro, tivemos que estar à espera para ele o assinar".
Com isto não quero dizer que devamos deixar de ler o que aquele 1º escritor criou, mas somente que não lhe custava nada ser mais simpático ( desconfio que devam ser dos ares do local onde mora, sempre ouvi dizer que dali nem bons ventos, nem bons casamentos). Quanto ao 2º escritor, tem (muitas) ideias tristes, continua a parecer um beto em ponto grande com o seu cabelo à surfista e sapatinho vela, mas sabe ser um bom relações públicas, ser simpático e até faz o leitor apreciar mais a sua obra, mesmo que esta não valha um chavo (o que no caso deste até não é verdade).

1 Comments:

At 4:40 da tarde, Anonymous Anónimo said...

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