quarta-feira, abril 09, 2008

Professores vs Ministra

Mais de 100 mil professores protestaram contra a ministra da educação e gostaria de saber porquê, a sério que sim. Afirmam que estão contra a avaliação mas não se importam de ser avaliados, recusam-se a ter o mesmo horário de todas as outras pessoas mas afirmam que não querem ser privilegiados, querem mudanças na escola mas não se sabe o que defendem. Com isto tudo fica-se confuso, afinal foram-se manifestar para quê?

É verdade que hoje em dia é complicado dar aulas, os professores não têm autoridade e falta educação em casa. A escola não deve servir de papá e mamã, mas o problema de respeito é geral em toda a sociedade e não específico nas escolas. A isto chama-se democracia liberal, como o que aconteceu por cá, de repente, no pós 25 de Abril. É verdade que levam muitas vezes trabalho para casa como os trabalhos de casa/testes para corrigir e aulas para preparar.

Mas, por outro lado, são poucas as profissões onde o horário laboral completo é de 22 horas. Penso que em 14/18 horas (36 horas de “funcionário público” ou 40 de trabalhador “normal”) é possível fazer as tarefas acima mencionadas. Aliás, o tempo deve ser tanto que vejo sempre grupos de professores a passaram as tardes no café sem fazer nada. E se falta motivação para ensinar em alunos sem respeito não convém esquecer que muitos professores sabiam para o que iam, tal como quem vai para agente de segurança público (os polícias) sabe que irá encontrar crime. Se não querem ensinar assim, se calhar, enganaram-se na profissão. As mudanças de residência são incómodas mas não são os únicos a ter esse problema, mas a remuneração equilibra a balança (e não se queixem porque não existem muitas pessoas que começam logo a ganhar 1000 euros).

Com isto tudo pode ter-se a ideia que se está a favor da ministra e contra os professores. Nada disso, aliás pôr como ministra da educação uma professora universitária que não tinha pedagogia, que tinha pavor a chegar a horas e faltava com frequência para “reuniões”, “conferências” e afins (tal como todos os outros professores universitários) seria o mesmo que pôr o Hitler ou o Estaline como Representantes da ONU para o Amor entre os povos.
Aqui a questão é o porquê desta berraria toda e a consciencialização que numa sociedade de direito (embora em Portugal isso seja discutível) todos nós somos iguais e não há grupos favorecidos. E já agora, tanto se queixam da falta de educação dos alunos nas escolas, e o exemplo que os professores devem dar, isso não conta?

Vamos mas é a ter juizinho.