sábado, junho 21, 2008

O Benfica reflecte o estado do País – um enunciado teórico proposto por J e concretizado por B

O estado do país atingiu um dos pontos mais baixos dos últimos 80 anos. No tempo do senhor mau vivia-se mal mas o desemprego era quase nulo, o crescimento económico chegava a ser 3 e 4 vezes superior ao actual, não havia dinheiro da EU e a distância para os países europeus era menor, ou seja, atingimos o mínimo dos mínimos.

Não há memória de algo tão mau como a que acontece hoje em 2008. E quem diz isto pode ser o comum português como um benfiquista. Não há memória de uma crise tão grande no SLB como a de hoje. Tem-se um estádio novo, mas irá ficar-se a pagar até 2030 (para além de chover lá dentro e ser frio como o ca@@##), tem-se um centro de estágio mas no Seixal (quem é que quer ir para o Seixal?), as contas não estão consolidadas, o empréstimo ao banco é que está, a única fonte de rentabilidade advém da venda de jogadores como o Simão, títulos nem vê-los, prestígio igual a zero, jovens valores igual ao bolso de um roto etc etc. Mas o que é o que o Benfica tem a ver com o estado do país?

Vamos fazer comparações. Nos últimos 80 anos das maiores épocas de crescimento económico foi precisamente no início dos anos 60, altura do grande Benfica vencedor de taças dos campeões europeus. E não venham com a treta do "ai sem o Eusébio não ganhavam nada", porque apesar de ser dos melhores jogadores do mundo, a primeira taça foi conquistada sem ele jogar naquela época, ele é determinante nos restantes anos, mas a primeira de todas, a primeira em que alguém vence o invencível Real Madrid foi sem ele. O Benfica em meados e fins dos anos 60, apesar de permanecer grande, começa a ficar sempre à beira do título europeu nunca o ganhando, “coincidindo” com o início da guerra colonial. Novo fôlego com várias meias-finais e embates titânicos com o Bayer Munique e Ajax. O que se passou nessa altura? Salazar morreu. Depois Benfica a viver um período conturbado e o país viveu os anos seguintes do pós-25 de Abril igualmente agitado. Finais dos anos 70 e Benfica começa a endireitar com os quartos-final e meias-finais equilibradas com o Liverpool (menos aquela em que levamos 5-1 no Estádio da Luz) e o país começa a endireitar-se com o aparecimento de um homem decente como Sá Carneiro. O Benfica perde uma final da taça UEFA e começa a surgiu o polvo do FCP, e aí temos os governos patéticos do bloco central com instabilidade sendo o culminar do estado miserável do país com a vitória do porto na final da taça dos campeões. O Benfica em final dos anos 80 e início tem nova lufada de ar fresco, apesar do Penalty do Veloso e do golo do Rijkard, e o país encontra o primeiro-ministro menos mau, não é bom é o menos mau, do século XX: Cavaco Silva. Com o país a conseguir finalmente alguma estabilidade e desenvolveu-se minimamente. Já começam a ver a relação? Agora preparam-se para as provas definitivas..

Quando é que o Benfica começou a desdenhar? Em 1994, com a gestão de Manuel Damásio onde se compravam jogadores como se fossem croissants quentes. Isto não faz lembrar nada? Em 1994 Guterres toma conta do país e esbanja o dinheiro da EU no maior quadro comunitário de apoio em nada, pronto, em nada não, para os amigos. No Benfica foi a mesma coisa, tanta transferência para os meninos ganharem dinheiro. Final do século e o Benfica passa para as mãos de Vale e Azevedo e o país começa a tomar consciência do “monstro socialista”. O Benfica é enxovalhado na praça pública pelo 7-0 de Vigo, pelos desvios de dinheiro, pela falta de títulos e Portugal transforma-se num “pântano”. O Orelhas pega no clube e, pouco depois, Durão do país. O campeonato é ganho e os cegos ainda pensam que a coisa vai endireitar mas alguns acordam da realidade. O Orelhas diz que em 3 anos o Benfica irá ganhar a Champions, Santana chega ao poder e promete ser uma pessoa responsável. Orelhas volta a ganhar a eleições e Socrátes toma conta de Portugal.

Agora Benfica nunca esteve pior que antes, nem o país.

Com isto tudo, ainda se acredita que o Benfica não influencia o país? Em vez de se pensar, seriamente, em mudar para melhor o país que se faça alguma coisa para melhorar o Benfica – como pôr um benfiquista como presidente – e o país irá por arrasto.